Pentear os cabelos secos e abusar da
chapinha são alguns deles. O fio de cabelo
com frizz desafia a gravidade: ele
fica arrepiado, apontando diretamente para o céu ou apenas paira paralelamente
às madeixas bem comportadas, num nível um pouquinho mais alto. A explicação
para esse fenômeno capilar é estritamente científico. A dermatologista Tatiana
Gabbi, do departamento de cabelos e unhas da Sociedade Brasileira de Dermatologia,
explica que a grande causadora do frizz é a carga elétrica presente
nos fios de cabelo. "Eles se repelem mutuamente, o que deixa alguns mais
elevados que outros", explica. Este acúmulo de eletricidade estática é
causado principalmente pela fricção, que pode ser do pente nos cabelos, por exemplo.
Existem diversos
cremes que prometem combater o frizz, como os seladores de cutículas, por
exemplo, e eles podem ser muito eficientes. No entanto, é preciso evitar alguns
erros no cuidado com as madeixas para garantir que eles façam todo o seu
efeito, caso contrário, todo o investimento pode ser desperdiçado. Agora que
você já sabe que é preciso evitar o atrito, veja a seguir como colocar em
prática.
Escovar o cabelo seco
Quando há água no cabelo, o pente
desliza mais fácil sobre os fios, sem gerar atrito. A lógica é a mesma de um
carro se deslocando por uma estrada úmida - o atrito é muito menor em
comparação com uma pista seca, o que favorece o deslizamento.
"Essa
fricção com água é tão pequena que não fornece carga elétrica, responsável pelo
arrepiado, aos fios", explica a dermatologista Tatiana Gabbi. "A
água, ao contrário, neutraliza essas cargas elétricas e deixa os fios nos
lugares certos".
No entanto, pentear os cabelos é
fundamental para ajudar a levar a oleosidade natural do cabelo da raiz até as
pontas e deve ser feito também com o cabelo seco. A dica da cabeleireira Sônia
Nessi, do Rio de Janeiro, é usar uma escova de cerdas naturais, que não vai
deixar o cabelo elétrico nem irritar o couro cabeludo.
Mas quem tem cabelo
crespo sabe que pentear os fios desmanchará os cachos e aumentará o volume dos
fios. Nesse caso a sugestão é pentear antes de dormir e lavar no dia seguinte
pela manhã.
Lavar o cabelo com água quente
A alta temperatura da água diminui a
oleosidade natural dos cabelos, ressecando os fios. Lavar a cabeça com água
fria é a dica do dermatologista tricologista Luciano Barsanti, diretor do
Instituto do Cabelo de São Paulo.
"A água fria vai fechar a cutícula do
cabelo, o que garantirá aos fios uma textura mais uniforme". Com menos fissuras
no seu comprimento, o contato do pente da toalha e até das mãos com o os fios
gerará um atrito menor, diminuindo a quantidade de frizz.
Usar pentes de plástico e escovas com cerdas de nylon
A dermatologista Tatiana Gabbi
explica que existem cerdas que geram menos atrito com os fios e por isso geram
menos frizz. Escovas de cerdas naturais e pentes de madeira são os melhores
para evitar as cargas elétricas que arrepiam os fios.
Por causa de suas
características moleculares, o pente de madeira e as cerdas naturais não
permitem que a eletricidade estática passe através deles, fazendo com que ela
não chegue a seus cabelos.
Os pentes de plástico e as cerdas de nylon, por sua
vez, produzem e tr ansmitem mais carga e, por isso, geram mais frizz.
Abusar dos tratamentos químicos
Escova progressiva, tintura, luzes,
permanente, alisamento definitivo. Um tratamento químico danifica muito os
cabelos, abusar da frequência ou associar dois ou mais deles causa um prejuízo
ainda maior.
Em relação ao frizz, a dermatologista Tatiana Gabbi explica que o
fio de cabelo quimicamente tratado fica mais poroso. Quanto mais poroso, maior
a superfície de contato com pentes, toalha e maior o atrito, portanto, maior o
frizz.
Para devolver a integridade às madeixas e controlar o arrepiado só mesmo
com muito tratamento. Os mais importantes são a hidratação, a nutrição e a
cauterização.
Respectivamente, elas devolvem aos fios a água, os nutrientes e
as proteínas perdidas, ajudando a selar a cutícula e deixar o fio menos poroso
de maneira permanente.
Finalizadores à base de silicone também ajudam a deixar
os fios menos porosos, mas eles não se fixam definitivamente ao fio, portanto,
depois de lavado o cabelo, o benefício é todo perdido.
Usar o secador da maneira errada
Ele é um ótimo aliado para domar os cabelos nos
dias em que eles acordam rebeldes, mas, se usado da forma errada, ele podem
acabar trazendo resultado contrário ao desejado.
O primeiro passo é retirar o excesso de água dos
fios com uma toalha, evitando que o uso do secador seja maior que o necessário. Mantenha uma distância
de pelo menos 30 centímetros entre o secador e os fios.
"Se o secador ressecar demais
o cabelo, retirando água e desidratando o fio, haverá mais frizz pois a água
que neutraliza as cargas não estará mais presente", explica a
dermatologista Tatiana Gabbi.
Usar produtos termoativados, que protegem o fio
do calor, também ajuda a evitar a diminuição da quantidade de água na estrutura
capilar.
A forma como você direciona o secador também
influencia no resultado, o bico precisa ser posicionado na diagonal e o jato de
ar tem de seguir de cima para baixo (ou da raiz para as pontas). Esse
posicionamento ajuda a fechar as escamas dos fios, evitando o efeito
arrepiado.
Secadores ionizantes, com tecnologia que emite íons
negativos, ajudam a diminuir o frizz porque neutralizam cargas do cabelo e
evitam que os fios fiquem arrepiados
Torcer o cabelo com a toalha
O primeiro passo é escolher a toalha
do tecido certo. "Os naturais, como o algodão (100%), geram menos atrito
com os fios de cabelo e, portanto, menos frizz, em comparação com os
sintéticos, como o poliéster", explica Tatiana Gabbi.
Nunca esfregue a
cabeça com a toalha nem a enrole na cabeça. O correto é apenas pressionar
levemente os fios com a toalha, o que já é suficiente para absorver o excesso
de água.
Da mesma forma, o tecido da fronha do
seu travesseiro pode gerar atrito e frizz na hora de dormir. Por isso, o melhor
é optar por tecidos naturais
Muita chapinha
Não é apenas o uso a longo prazo
da chapinha que deixa o cabelo ressecado e com frizz. A
dermatologista Tatiana Gabbi explica que já durante a aplicação, a chapinha
seca e desidrata os fios de cabelo.
Sem água em sua estrutura, o fio de cabelo
fica elétrico e arrepiado mais facilmente.
Para evitar que isso aconteça uma boa
opção é usar finalizadores que protegem o cabelo do calor da chapinha, evitando
que o fio desidrate completamente. Além disso, o médico tricologista Luciano
Barsanti, diretor do Instituto do Cabelo de São Paulo, explica que a chapinha
chega a 300 graus Celsius e por isso o uso deve ser deixado apenas para
ocasiões mais que especiais.
Outra dica é o uso de chapinhas que
liberam íons negativos, que acalmam os cabelos arrepiados. Mas não se esqueça:
mesmo assim acontece o dano ao cabelo.
Fonte: Blog minha vida
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